Ansiedade: sintomas e impactos na sua vida

Ansiedade

Sumário

Não é tão difícil encontrar por aí opiniões e convicções de que a ansiedade é algo ruim, talvez até você já tenha pensado ou acreditado nisto. Bom, mas não é bem por aí, já que a ansiedade é uma resposta emocional normal do corpo humano diante de situações de perigo ou desafio, que envolvem sensações físicas e psicológicas, ou seja, você precisa dela para sobreviver.

Por isso, em um nível equilibrado, a ansiedade é fundamental em nossa vida, pois ao se deparar com um animal raivoso vindo em sua direção, você precisa ativar seu modo sobrevivência (ansiedade) para fugir dele, por exemplo. Contudo, quando a ansiedade aparece com frequência em contextos que não tem algum motivo para ativar o modo de luta e fuga, ela pode começar a ser disfuncional a ponto de te paralisar, e é exatamente esta ansiedade que mais vemos atualmente.

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A ansiedade em excesso é uma antecipação de uma ameaça futura, que pode nem existir, e ainda assim acarretar em prejuízos e complicações para a vida da pessoa, como no trabalho, nos relacionamentos, nos estudos, entre outros. Quando falamos em ansiedade, saiba que existem diferentes tipos de ansiedade e até transtornos de ansiedade.

Alguns dos transtornos mais conhecidos estão: transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, fobia social, e outros, que apresentam características e requisitos de tratamento específicos.

Como saber se a minha ansiedade é normal ou chega a ser um transtorno de ansiedade?

De acordo com o DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais) os transtornos de ansiedade incluem aqueles que compartilham características de ansiedade e preocupação excessivas em relação a diversas atividades ou eventos que estão presentes na maioria dos dias por no mínimo 6 meses.

Bom, mas como saber identificar se a ansiedade é equilibrada ou disfuncional? Primeiro é fundamental lembrar da necessidade de um diagnóstico profissional com psicólogo e médico psiquiatra, bem como nunca se automedicar ou fazer um autodiagnóstico. Alguns sintomas e sinais podem ser um alerta para essa busca de ajuda profissional, como:

Sintomas físicos

• Falta de ar e/ou fadiga
• Taquicardia
• Agitação na fala
• Insônia
• Dores no peito
• Agitação e/ou tensão muscular
• Tonturas, enjoos

Sintomas psicológicos
• Irritabilidade
• Preocupação em excesso
• Medo excessivo
• Pensamentos negativos
• Aumento do perigo real ou percebido das situações
• Irritabilidade
• Dificuldade de foco e concentração

E quais sinais de que posso ser uma pessoa excessivamente ansiosa?

Entender alguns sinais pode te ajudar a pensar sobre a possibilidade de ter uma ansiedade fora de controle e buscar ajuda profissional, embora seja importante frisar que algumas pessoas podem vivenciar sintomas de maneira particular e individual. Alguns sinais mais evidentes e relatados pelas pessoas são:

  • Excesso de preocupação: sensação de que “a cabeça não para”, um acúmulo de pensamentos sobre situações, às vezes até medos irreais, pensando no pior cenário, frequentemente ligados ao futuro, do que ainda pode ou não vir a acontecer.
  • Perfeccionismo: a dificuldade de tolerar erros e falhas, muitas vezes faz os ansiosos serem perfeccionistas e tender a querer fazer tudo de maneira minuciosa e perfeita
  • Inquietação corporal: pela liberação de noradrenalina quando se sente ansiedade, o corpo pode ficar com modo “luta e fuga” ainda mais ativado, fazendo com que o corpo fique em constante movimento.
  • Medo em excesso: mesmo sem haver perigo real, a ansiedade pode te fazer acreditar que há um perigo eminente.
  • Sono e apetite desregulado: ansiosos de plantão tendem a ter um sono desregulado, geralmente com uma dificuldade para cair ou manter o sono durante a noite. Já o apetite pode tanto ser para mais ou menos, algumas pessoas tendem a sentir mais fome, geralmente pelo excesso de ansiedade, como também podem não sentir fome e acabar passando o dia com poucas refeições.
  • Tensão muscular: a pessoa pode estar com uma eterna sensação de contração muscular, exatamente por sentir muita ansiedade ou até medo.
  • Procrastinação: também pode estar relacionado com o perfeccionismo, afinal a tarefa que a pessoa se propõe a fazer precisa estar tão excessivamente bem feita, que ela acaba postergando ou enrolando a atividade para não ter que lidar com o desconforto.

Principais causas

Não se sabe ao certo o que pode causar uma crise de ansiedade ou fazer a pessoa desenvolver o transtorno, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais são desencadeantes, assim como algumas pessoas estão mais propensas a desenvolver o transtorno de ansiedade.

Entre os fatores de risco estão:

  • genética;
  • traumas vividos na infância;
  • problemas cardiovasculares;
  • doenças hormonais;
  • problemas respiratórios;
  • dores crônicas;
  • consumo excessivo de drogas, álcool e fumo.


O que também pode ser determinante é a forma que a pessoa se relaciona com seus pensamentos e emoções, como é a percepção da pessoa frente as situações estressoras e os desafios do cotidiano.

Tipos mais comuns de ansiedade:

  1. Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Esse é o tipo mais comum e frequente de ansiedade. Se caracteriza exclusivamente pela preocupação excessiva em relação a coisas relacionadas à vida ou rotina da pessoa: relações interpessoais, estudo, trabalho, condições de saúde, entre outros.
    Essa preocupação em excesso acarreta um sofrimento que pode interferir nas atividades rotineiras e atrapalhar na qualidade de vida da pessoa. Alguns sintomas são marcantes no TAG, como: irritabilidade, cansaço, tensão muscular, taquicardia, insônia.
  2. Transtorno de Ansiedade social: Esse é um tipo de ansiedade com características marcantes de medo exagerado frente a situações de convívio social ou situações em que tem muitas pessoas, em que o sofrimento está no medo de ser avaliado ou julgado por outras pessoas. A fobia social pode aparecer por exemplo em uma situação em que a pessoa precisa falar em público, mas não somente isto, vai além, pessoas com esse tipo de ansiedade, se sentem constrangimento e desconforto até em situações simples no cotidiano em que precisam manter contato social.
  3. Síndrome do Pânico: A síndrome do pânico é um dos tipos mais conhecidos e falados de ansiedade. É caracterizado por ataques de pânico e medo espontâneos, repentinos e inesperados. Esses episódios estão relacionados a crises de ansiedade intensas associados a sintomas físicos, como: aceleração do batimento cardíaco, falta de ar, sudorese e tremores. Alguns outros sintomas característicos e relatados são de percepção de morte, perda do controle que pode durar em média de 15 a 30 minutos, segundo o Ministério da Saúde.
  4. Agorafobia: A agorafobia é caracterizada pelo medo em lugares ou situações que a pessoa se sente insegura. Uma antecipação do medo desproporcional do que realmente pode ocorrer.
    Exemplos de locais e situações comuns são: filas de supermercado, transporte público ou multidão.
  5. Fobia Específica: As fobias específicas são um tipo de transtorno de ansiedade. Em situações específicas, objetos, animais e coisas que causam medo e ansiedade de forma muito intensa.
    As fobias específicas mais comuns incluem o medo de animais (zoofobia), o medo de altura (acrofobia) e o medo de trovões e relâmpagos (astrofobia ou brontofobia).
  6. Transtorno de Ansiedade Induzido por Substâncias/Medicamentos: Neste caso a ansiedade ou pânico que podem ocorrer durante a intoxicação ou abstinência de álcool ou drogas. Alguns medicamentos que as pessoas usam para tentar melhorar seu bem-estar, relaxar, dormir por exemplo, podem ocasionar ansiedade ou ataques de pânico induzidos pelo uso destes medicamentos. Em alguns casos, as pessoas não percebem que é o álcool, as drogas ou os medicamentos que estão causando ansiedade, porque associam essas substâncias apenas ao bem-estar.

Os melhores tratamentos para os transtornos de ansiedade

Independente da frequência ou intensidade dos sintomas, o indicado é buscar ajuda profissional sempre que possível. Não deixar o problema intensificar a ponto de interferir na vida diária, seja ela pessoal, profissional ou familiar. O quanto antes o tratamento for iniciado, preciso e eficaz, menor será a chance de se agravar e diminuir os sintomas de ansiedade.

Atualmente existem diferentes tratamentos, o primeiro passo é buscar ajuda especializada com psicólogo e médico psiquiatra quando necessário. Estes profissionais poderão identificar os sintomas e definir o tratamento mais indicado para cada caso.

  1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): é uma terapia com evidências cientificas que ajuda as pessoas a identificar e mudar padrões de pensamento e comportamento para melhora da ansiedade disfuncional. É geralmente realizado em sessões semanais com um psicólogo treinado em TCC.
  2. Medicação: existem vários tipos de medicamentos que podem ser usados para tratar a ansiedade, quem deve receitá-los e verificar a necessidade individual é um médico, preferencialmente, psiquiatra. Contudo, é importante lembrar que os medicamentos não são uma cura para a ansiedade e devem ser usados juntos com outras formas de tratamento, como a terapia.
  3. Exercícios de relaxamento: esses exercícios, como meditação, meditação e ioga, podem ajudar a acalmar a mente e o corpo e reduzir os sintomas da ansiedade.
  4. Mudanças de hábitos: fazer mudanças no estilo de vida, como reduzir o consumo de cafeína e álcool, praticar exercícios regularmente, higiene do sono para dormir com melhor qualidade, também pode ajudar a reduzir a ansiedade.

É importante consultar um profissional de saúde mental para determinar qual tratamento é o melhor para você, fazer uma avaliação precisa e te direcionar para uma melhor qualidade de vida, com remissão dos sintomas ansiosos e melhora na saúde mental.

Caso tenha alguma dúvida e queira agendar uma sessão de psicoterapia, é só clicar no contato para agendamento.

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